quarta-feira, 27 de agosto de 2008


Tela de Quedo
Costurando palavras em sentidos


"Um aboio aveludou a noite do sertão"
"O sertão vai virar mar, o mar vai virar sertão"
Vaca, de anágua, pastando ao léu
Boi, de chapéu, dentro d'água
Cheiro de estrume e flores do campo
O tempo naquele momento, ausente
Futurava o passado presente.
E o silêncio era o Imperador do lugar
Muito havia ficado para trás...
Ela se aprontava para a festa...
Todos num ritual de ritmos dissonantes
Altos níveis de consciência em elevação
Impecáveis encantos de Speranza
Harmonia reluzente nas músicas
Melodia irrepreensível
A musicalidade brasileira é demais!
Desconstrução poética da dor.
"Vortei" ao mato, interior, de mim mesmo
Sutileza de detalhes da sintaxe dialógica do violão
Corpos em movimento e êxtase, em flor
O ipê amarelo destacado na paisagem surreal
A alquimia das cores e dos sons transcendentais
Renovadas as possibilidades esperançosas de vida e luz.
Canções do paiol, do curral das antigas fazendas mineiras
Cheiro de café moído, torrado, feito em coador de pano, no aconchego da cozinha
Do leite, dos queijos da canastra, dos doces, inúmeros sabores mil
As essências e licenças poéticas
Comunhão de sentidos com o Universo, com os versos
Um êxtase sentimental em alegria profunda
O equilíbrio e a leveza das águas em cachoeiras
Pelas montanhas de Minas, me entranho nas grutas
Me estranho no mundo, estranho-me
À tona instigante, a realidade das vidas.
O sonho, o sono expressionista de lutas do cotidiano dos animais...
A SIMPLICIDADE DAS COISAS É PRECISO NOTAR.
A verve do abandono traz a solidão
O vento sopra o absurdo das noites
Inválidas são as conspirações lunares e lunáticas
Inúteis os tantos defeitos, mas...
Valeu o Sorriso!
E os Sonhos!

QUEDO (TANCREDO BORGES GUIMARÃES) 26/07/2008 E 20/08/2008